Luiz Cláudio Parzianello
 
 
 

Luiz Cláudio Parzianello (@lcparzianello), Co-autor da Agile Extension do BABOK e Gerente de Desenvolvimento em Gestão da RBS TV, é curador da Trend Talk: Análise de Negócios e fala um pouco sobre este tema do Agile Trends 2015.

 
Agile Trends: Luiz Cláudio, você poderia falar um pouco do que podemos esperar da Trend Talk sobre Análise de Negócios?
Luiz Cláudio Parzianello: Vocês podem esperar por uma apresentação dos novos conceitos e práticas de Análise de Negócios compilados na versão 3 do BABOK, que será lançada mundialmente um pouco antes do evento Agile Trends em SP. A partir desta exposição, que mostrará um novo mindset para o perfil do analista e da abordagem para este tema, ouviremos relatos do que o PMI tem feito na direção da análise de negócios aliada às metodologias ágeis, tanto no gerenciamento do portfólio quanto no gerenciamento de projetos. Juntando tudo isso, queremos discutir como os profissionais e as empresas estão se preparando (ou não) para esta mudança, com críticas diretas aos currículos acadêmicos e modelos de gestão empresarial.
AT: Qual é a sua expectativa para a rodada de discussões dos Talkers com os participantes do Agile Trends?
LP: Queremos que os participantes da conferência, interessados neste tema, retornem às suas empresas com uma nova perspectiva de evolução daquilo que seus gestores e empregadores consideram como Análise de Negócios. Queremos provocar o começo de uma mudança cultural nessas empresas a partir de novos caminhos e oportunidades para o aperfeiçoamento profissional que afaste do desenvolvimento de software aquele velho comportamento de “tiradores de pedido” identificado em muitos analistas.
AT: Por que é importante saber mais sobre Análise de Negócios?
LP: Por mais que procuremos desenvolver um produto com a maior qualidade possível, no menor tempo possível e com o menor custo possível, o maior problema tem sido escolher qual produto, projeto ou escopo deve ser realizado por um negócio. Tenho visto empresas públicas e privadas gastando rios de dinheiro em projetos já fracassados na sua idealização, mesmo com todo os mecanismos de planejamento e controle existentes na atualidade. A área do conhecimento denominada Análise de Negócios pode mudar este cenário, reduzindo os riscos e amplificando as oportunidades de sucesso de um empreendimento. Como conseguimos isso? Sem mágica! Só com diversas técnicas, práticas, ferramentas e competências que podem ser aprendidas e desenvolvidas por todos, mas que costumam ser negligenciadas na maioria dos projetos.
AT: A qual tipo de profissionais o tema Análise de Negócios deve interessar?
LP: Quando dizemos que uma equipe agilista deve estar sempre preocupada com a entrega de valor para seus clientes e usuários/consumidores de seus produtos, podemos dizer também que todos os membros de uma equipe ágil devem praticar análise de negócios. No entanto, existem níveis distintos de aplicações deste conhecimento, desde o nível mais estratégico de uma organização até as regras de negócio de uma transação num determinado sistema. Alguns casos requerem pura habilidade cognitiva, enquanto que outros demandam aspectos políticos e competências de persuasão. Business Owners, Product Owners, desenvolvedores, testadores, analistas de QA, consultores, coaches, Scrum Masters, etc. Ninguém escapa da Análise de Negócios! 🙂
AT: Quais empresas já estão usando/praticando Análise de Negócios?
LP: Se considerarmos que a Análise de Negócios trata dos recursos que utilizamos para interagir com as partes interessadas/envolvidas num ambiente de negócio, dos meios que empregamos para analisar o problema ou a oportunidade, suas causas ou benefícios, suas possiveis soluções e viabilidades, suas hipóteses e requisitos, seus riscos e retornos sobre os investimentos que serão realizados, podemos dizer que a grande maioria. Uma pequena startup aplicando o Business Model Canvas, um pequeno projeto fazendo um User Story Mapping, uma grande empresa com um PMO suportado por analistas de negócios, todos eles estão praticando a Análise de Negócios. Porém, quantos reconhecem que o estão fazendo e quantos conhecem as técnicas mais comuns e adequadas para a análise efetiva de um determinado cenário de negócio? Este cenário fica ainda pior quando questionamos: Quantos profissionais com responsabilidade e autoridade sobre a análise de negócios de um determinado projeto ou organização atuam como facilitadores do processo de mudança, contribuindo diretamente para a transformação dos resultados do negócio? As verdadeiras equipes agilistas fazem isso! Outros profissionais correm o risco de estarem limitados à elaboração de especificações e documentos burocráticos, sem qualquer valor para o cliente e beneficiários do produto ou serviço.
AT: Luiz Cláudio, obrigado pela entrevista e até o Agile Trends 2015!

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